Metodologia

A metodologia do projeto é semelhante à desenvolvida por outros projetos de cartografia literária digital, em particular o projeto The Space of Slovenian Literary Culture, com o qual apresenta importantes semelhanças. Esta metodologia divide-se em três passos: recolha e seleção de dados relevantes; desenho de uma base de dados enquanto estrutura alicerce dos mapas; divulgação e discussão de resultados através de dashboards interativos.

A recolha de dados foi feita através de uma pesquisa bibliográfica focada nas relações literárias ibéricas no período estudado. Foi para isso uma ajuda fundamental a base de dados IStReS – Iberian Studies Reference Site, que recolhe a bibliografia publicada após o ano 2000, no campo dos Estudos Ibéricos.

Foi posteriormente desenhada uma base de dados, na qual foram introduzidas as informações relevantes, distribuías em sete tabelas: autores, publicações periódicas, obras e textos, instituições, eventos, encontros e traduções.

Fig. 1 – Tabelas existentes, e exemplo de estrutura da tabela Obras e Textos.

A tabela de “personalidades” funciona como a tabela fundamental, ou seja, é aquela com a qual se conectam todas as demais, direta ou indiretamente, já que são os autores os agentes ativos da teia que pretendemos traçar. Por outra parte, as tabelas “editores”, “participantes” e “membros” (como se aprecia na Fig. 2), são complementares, respectivamente, das tabelas “publicações”, “eventos” e “instituições”, permitindo associar mais do que uma personalidade às últimas, evitando duplicar informação nas tabelas principais.

Fig. 2 – Estrutura da base de dados

Como se observa no exemplo da tabela de personalidades (Fig. 3), cada uma destas tabelas tem pelo menos um elemento geográfico, descrito primeiro em formato textual (com dois campos diferentes tendo em conta a possível alteração dos topónimos históricos), e codificado também através de coordenadas de longitude e latitude, de forma que cada item da base de dados possa visualizar-se posteriormente em forma cartográfica. O nível de exatidão destes dados geográficos depende do tipo de dado (lugar de nascimento, lugar de publicação, local de um evento), mas também da informação acessível e disponível em cada caso.

Fig. 3 – Exemplo da estrutura de uma das tabelas da base de dados

A visualização dos dados, por outra parte, como pode observar-se na secção Mapas desta página web, foi desenvolvida mediante dashboards interativos, baseados na tecnologia Leaflet, e foi desenhada com a intenção de permitir ao usuário a maior liberdade possível no acesso aos dados. Ao longo dos próximos meses, continuaremos a explorar diversas possibilidades de visualização com ferramentas diferentes, assim como com subtemas de dados a partir da base de dados principal.